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Balanço 2012

A meta principal de 2012 estava estabelecida: TERMINAR A GRADUAÇÃO NA POLI!
Comecei o ano numa nova gerência do Metrô (GEM) que está responsável pela implantação do Monotrilho na Zona Leste de São Paulo, partindo de Vila Prudente. Comecei atuando no pátio de pré-fabricação das vigas-guias e depois segui para o acompanhamento do lançamento das mesmas, na madrugada paulistana. Achei que tudo fluiria assim, Metrô e Poli, vida dupla em paralelo. Mas não deu. O horário Poli estragou tudo e organizar o horário para comportar o trabalho foi algo que sempre fiz, mas que se fizesse neste ano isso implicaria ficar ainda mais um ano na infernal graduação da Poli.
Decidi que aquele pé de meia, exíguo, que vinha fazendo para um eventual curso de pós seria usado… Dormindo 3h/dia não seria possível ser aprovada em todas disciplinas e, bem, não tem pós sem graduação. Então, resolvi fazer um pedido arriscado: pedi uma licença não remunerada do Metrô. Incerta e até improvável, ela saiu, meses depois da requisição é verdade, mas a tempo de eu salvar o primeiro semestre. Resultado: 10 na última prova de R4 e nenhuma dependência no primeiro semestre – a formatura em 2012 pareceu ser mesmo possível!
Oplanejado em janeiro não deu certo, mas a correção de rumo e avaliação da minha capacidade e das minhas finanças foi acertada: no fim de 2012 tudo deu certo! Minha formatura está garantida, embora eu já tenha tido um daqueles pesadelos que a Márcia da seção de alunos me liga dizendo que anda falta alguma disciplina para cursar… Isso foi o 2012 do ponto de vista acadêmico da Poli.
Cabe fazer algumas considerações sobre o termo “infernal”: poucos(as) docentes se deram conta de verdade que os(as) estudantes de hoje não são os mesmo de 10 anos atrás. Digo, se dar conta de verdade, porque no discurso tudo pode ser feito, o discurso inteiro pode ser válido, mas ainda assim, pode ser incoerente com as ações e a realidade. Hoje temos uma infinidade de informações e, embora tenhamos muita capacidade intelectual, isso não significa que tenhamos tempo infinito nem coração de pedra. Antes de sermos futuros(as) engenheiros(as) somos pessoas: temos expectativas, precisamos de motivação e queremos reconhecimento ao fazer algo acertado (e não ouvir um “apenas fez a obrigação”). O fantástico é que a diversidade salva tudo! É possível ter esperança em relação à burocracia da Poli quando vemos pessoas dispostas a fazerem as coisas simplesmente funcionar. É possível ter esperança em relação à pedagogia da Poli quando vemos pessoas levando sua atuação docente e discente a sério, ouvindo um ao outro. É possível ter esperança em relação à estrutura de poder da Poli quando vemos algumas pessoas fazerem coisas boas não apenas para mostrar na Congregação ou Departamento o que fizeram, almejando futuros cargos brevemente à disposição.
E seria possível escrever ainda bastante sobre os meandros da motivação de estudantes, docentes e funcionários(as), bem como respectivas atuações – mas isso fica para outro(s) post(s). Tirando o lado formal da Poli (sala de aula, provas, trabalhos e notas) tem também um lado muito estimulante e gratificante: a atuação estudantil. Não é fácil também, mas perto das provas de R2 nada é impossível. Em 2012 refiro-me especialmente ao Escritório Piloto (EP) e ao Grupo de Estudos de Software Livre da Poli-USP (PoliGNU).
O EP agregou muitas pessoas e novos projetos, além de conseguir manter os parceiros como PoliGNU e Bandeira Científica. Manteve também o site, que precisa contar ainda com mais empenho dos participantes na sua alimentação. Foi importante articulador no envio de caravana de estudantes da Poli para a Rio+20 e promotor de importantes debates como o que houve sobre Belo Monte. Sediou o nascimento de 2 grupos de estudos, a saber, PoliGEN (grupo de estudos de Gênero do PoliGNU) e o Grupo de Estudos de Mobilidade (a ser rebatizado em breve). Ganhou mais visibilidade, foi citado no site da USP e tem feito muitos diálogos com outros cursos e universidades, assim como deve ser a extensão universitária: sem muros.
O PoliGNU, apesar de não ter agregado tantos membros como gostaria no início do ano, conseguiu aproximar 3 pessoas (Saulo, Liz e Gui) fundamentais para o andamento dos projetos. Fizemos menos PAPos e oficinas, mas fizemos mais projetos de maior envergadura, como o Radar Parlamentar que nos rendeu o 2º lugar na Maratona Hacker da Câmara Municipal de São Paulo, além de diversas apresentações (FISL, W3C, ALESP). Também mantivemos os cursos de LaTeX e fizemos um encontro em 8 de março que acabou se perpetuando mês a mês e prevê, para 2013, um programa de mentoring já como PoliGEN.
Do ponto de vista profissional, fiquei um tempo afastada – tempo estratégico. Porém, só o fato de terem me concedido essa licença é um voto de confiança no meu trabalho. Ademais, no primeiro semestre fiquei em 7º lugar no concurso do Metrô como engenheira e no segundo semestre fiquei em 3º no da CPTM. A vaga do Metrô já declinei, pois me chamaram ainda em julho e o título de engenheira ainda não chegou… Já a vaga da CPTM é apenas uma possibilidade, já que era apenas 1 vaga e que eu estou considerando seriamente fazer pós-gradução no Departamento de Transportes da Poli. É, parece incoerente com as críticas que fiz acima, né? Pois é, mas como recentemente li num ótimo texto de uma psicóloga do MSF a vida não é coerente e a gente vive. Incertezas me rondam, verdade, mas mais por diversidade do que falta de oportunidades.
Ah, preciso falar do inglês! Resolvi retomar o inglês este ano, afinal, mercado de trabalho e/ou pós graduação pedem isso. E um ano atrás fui fazer prova de nível da Cultura Inglesa, achando que ia bem mal. Não porque eu não tivesse estudado até o avançado (ou final do curso de inglês) do Senac, mas por uma baixa auto-estima que acho que vem da cultura da Poli – em especial porque quando tive um artigo meu aprovado num Congresso Internacional e pedi verba para custear a viagem, adiaram e quase não me deram a verba questionando (não só o) meu inglês, com medo que fizéssemos feio lá fora. Bem, depois de ser avaliada por uma professora que atestou que nosso inglês não era vexatório, fomos e apresentamos. Falei lá e foi difícil. Mas não fizemos feio e há tantos professores doutores, PhDs e etc. falando tão pior que a gente que achei picuinha das grossas essa história toda. Página virada, mas acho que daí vem a explicação para eu achar meu inglês uma bosta. Porém, a prova da Cultura não disse isso não e, para minha surpresa, em janeiro de 2012, após muitos anos sem aulas de inglês, me classificaram no nível CPE (preparatório para o certificado de proficiência e língua inglesa). Confesso que o começo do curso foi tenso, acho que menos pela minha falta de domínio do idioma, e mais por estar enferrujada no ritmo de estudo de uma língua estrangeira. Fato é que sinto que evolui bastante, seja em produção/ compreensão oral ou escrita. Cabe meus agradecimentos à teacher Mariana que ajudou muito, deu muitas dicas e manteve suas correções justamente rígidas. Nesse movimento de incrementar o inglês, acabei fazendo um curso do Coursera (writing in the sciences) e gostando desse negócio de bons cursos online. Me inscrevi em outro da UNITAR sobre mobilidade e no How to Reason and Argue, também do Coursera. Estou aprendendo e gostando muito disso!
Minha relação com o Di continua ótima! A gente se gosta muito e se entende bastante também. Lógico que eu faço cagada e ele também, que um fica puto com o outro, e que a gente discute de vez em quando. Entretanto, quando eu olho aquele sorriso maravilhoso, não tem como guardar raiva ou mágoa, só carinho e aprendizado, companheirismo e força. Tento o máximo ser amiga, seja para afagar, seja para falar algumas palavras mais duras. Às vezes erro a mão na rispidez, e não só com o Di, porque embora eu tente ter a devida sensibilidade, não gosto de esbarrar na falta de sinceridade… mas está aí um ponto que acho que posso melhorar – com o amor da minha vida, e com o mundo. Resumindo, sinto muita compreensão, cumplicidade, paixão e paz nessa relação que, no que depender de mim, durará muitos outros 5 anos!
O ponto negativo foi em relação ao meu cuidado com meu corpo. No segundo semestre consegui mais ou menos ir às aulas de Yoga, mas é ruim como as provas e trabalhos da Poli sempre passam na frente de quaisquer outras prioridades… E nas semanas de provas faltei nas aulas do Marcos Rojo – outro professor iluminado. Queria nadar no SESC, no Cepê, me alimentar melhor, fazer yoga, etc. Sinto falta física e psicológica de mexer o corpo. Para quem na infância e parte da adolescência jogava todos os dias (isso mesmo, todos os dias) ou vôlei, ou hand, ou basquete, ou natação. Essa meta não rolou, ficou para 2013 🙂