Archive for outubro, 2012

O BEIJO por Nelson Rodrigues

“Nesse dia, coincidiu que a mãe de Edila também a doutrinasse sobre as possibilidades ameaçadoras de qualquer namoro. E insistiu, com muito empenho, sobre um ponto que considerava importantíssimo:

– Cuidado com o beijo na boca! O perigo é o beijo na boca!

A garota espantada, protestou:

– Ora, mamãe!

E a velha:

– Ora o quê? É isso mesmo! Sem beijos não há nada, está tudo muito bem. OK. E com o beijo pode acontecer o diabo. Você é muito menina e talvez não perceba certas coisas. Mas pode ficar certa: tudo que acontece de ruim, entre um homem e uma mulher, começa num beijo!”

Meu amor, tudo começou com um beijo, não foi? E, bem, não tem sido nada ruim…

Que Brasil queremos? Que Brasil construímos?

Não quero mais um BRASIL

imundo, miserável, faminto

Quero um Brasil Guarani

quase parnasiano…

Cadê o tapete?

É aí mesmo:

embaixo.

Porém,

de

baixo

a (o)pressão

torna-se menos

clara, limpa, privada.

Mas que cores tão lindas:

o verde da mata, o azul do céu!

E o preto? Se livrou dele?

Sim, sem demasiada

demora

Agora,

ele

é

invisível.

FIMCOMEÇO

Poema que fiz em set/2007…

 

Parti d´A falta que ama

livro do poeta beijo-flor

e fui além,

apesar,

de leitura anterior,

leia-se 35,

some-se uma dúzia,

mais seu consecutivo,

ao último acrescentar meia dúzia.

Dúvida?

Basta seguir as instruções.

Aí ressignifiquei-o!

Basta.

Foi este o resto da divisão,

e tomei a liberdade de brincar

de poesia.

Não.

Poetisa não me pretendo,

pois é negócio de grande responsabilidade.

Não simplesmente se acorda

e se é.

Mas ousei.

Ousadia me levou:

longe, alguém…

correspondi

e perdi.

 

Sua obra começa

pelo fim

das comemorações de aniversário:

DISCURSO

E para quem já fez,

sabe como é:

faz – refaz – monta – remonta – relê.

 

Remontei, lei e preferi as pares

(com as devidas adapatações

que o tempo e as intenções

fazem aos pares):

 

Eternidade

não existe

Valeu a pena farejar-te

como a um cão

nos chamados instantes inesquecíveis.

Por que mesmo?

em êxtase

e dor

em paz

e inquitude

o acabamento perfeito

Até existe a palavra

letra morta

incomunicável

impenetrável

que nem a nós mesmos confessamos

e nunca o faremos.

 

Porque teu sorriso era de fraude.

 

E da 15, idade das menina-moças,

passo ao quarto

de século

quando Qualquer

TEMPO É TEMPO

agora meu,

hora de (re)nascer

de ver, rever

de viver.

 

Volto à dele

(apenas por mais um ano)

cujo título é duplo

não mais transparência

não mais ele

Apenas minha

ida.