Hackathon Organizações da Sociedade Civil – projetos
A apresentação do Hackathon das Organizações da Sociedade Civil (OSC) não poderia começar mais animado: Paulo Meirelles, que conhecço originalmente do CCSL e que hoje é professor da UnB, ficou imitando o Silvio Santos. Aí, acertados detalhes de som, projeção, luminosidade, etc. começaram as apresentações dos 7 projetos desenvolvidos nas últimas 30h, cada uma contando com 5min e cuja avaliação não será feita exclusivamente a partir das apresentações, mas considerando também (ufa!) os códigos gerados.
A seguir, vou apresentar algumas anotações e observações minhas que fiz ao longo da aprsentação dos projetos, porém já alerto que os dados oficiais gerados pelas equipes estão disponíveis aqui.
TIGRE – Transparência de Investimentos Governamentais Rastreados Eletronicamente
Trata-se de um aplicativo para dar transparência a investimentos governamentais que disponibiliza API padronizada.
Na apresentação fizeram críticas às bases de dados do governo (faltam APIs livres), apontaram que criar aplicativos com base em planilha excel é um ato de perpetuação de vícios/erros das bases. Como dificuldade que encontraram no processo disseram não terem conseguido usar redes neurais por conta da fragmentação das bases de dados.
Tecnologias utilizadas:
-> front-end: HTML5, CSS3, Java Script / jQuery, JSON, Google Maps API, PhoneGap
-> back end: PHP / MySQL,Laravel Framework PHP, Apache Server, Debian GNU/Linux, Vagrant / Virtual Box, LibFann
-> inkscape, gimp
Funcionalidades existentes: repasse nacional, por região, por estado e por município
#ponto forte:
– disponibiliza API padronizada
#dicas e #reflexões para desenvolvimento futuro:
– Indicar as possibilidades de cruzamento de dados.
– Como redes neurais precisam de dados confiáveis para “treinar” ou calibrar a rede, será que não vale pensar uma saída técnica que dependa menos da consistência das bases?
– Não seja uma grande ganho (além da API padronizada) um mecanismo que aponte automaticamente as inconsistências das bases?
Trata-se de um software para informatizar/otimizar o processo de certificação do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS).
Na apresentação disseram que partiram de uma análise dos processos do MDS e identificaram 7 etapas sobre as quais basearam o CEBAS: cadastrar, anexar documentos, fazer pré-análise (dos doctos), validar (ou não) documentos, elaborar parecer técnico, aprovar, divulgar no Diário Oficial. Caso haja alguma correção, em relação à documentação, por exemplo, a OSC recebe um email comunicando o que está falha e como corrigir (com prazo para tal).
Utilizaram linguagem Java e banco de dados PostGr.
#ponto forte:
– todas bases do MDS, que eram em xls, foram migradas pelo grupo
– aderência com equipe do MDS estabelecida durante a maratona
#dicas e #reflexões para desenvolvimento futuro:
– Considerando que o acesso à internet no Basil ainda é bastante precário (a banca larga não chega a ~30% da população brasileira) penso que não deve ser excluído o processo em papel, assim, como seia possível integrar o porcesso em papel com o digital? Senão para sempre, é preciso considerar que haverá período transitório de tecnologias.
Link do GitHub:
Link do app no webserver:
OSCNET
Trata-se de uma visualização de base de dados georreferenciados que possibilitam a consulta de dados, indicadores e correlações sobre o universo das OSCs.
Na apresentação enfatizaram o propósito do projeto: intereatividade e conexão entre usuários a partir do cruzamento de interesses correlatos. Além da georreferência (já disponível no mapa das OSC), adicionaram 3 indicadores e uma camada de rede sociall, com a possibilidade de filtros.
Considerações Técnicas:
-> utilizaram Noosfesro (mesma plataforma do Participa.br)
-> plugin criado para inserir novos campos, para os novos indicadores
-> feito um script para migrar dados vindos dos Mapas das OSC
-> usaram bases do censo SUAS
#ponto forte / original:
– utilizam tecnologia Noosfero (livre e integrável ao Participa.br)
– apresentaram tela anterior à do mapa que atende à acessibilidade
#dicas e #reflexões para desenvolvimento futuro:
– Esclarecer o porquê e a metodologia na formulação desses 3 novos indicadores.
Na apresentação falaram de funcionalidades como alertas que mostrariam editais em aberto, gráfico em pizza (convênios), gráfico em barras (comparativo entre áreas de atuação) e mapa de relacionamento entre OSCs. Entre as dificuldades encontradas foram citadas a extração de mais de 500 registros consecutivos via API (SQLite) e definição da amostragem (OSCs nacionais e internacionais).
#ponto forte / original:
– design responsivo (bom para mobile também)
#dicas e #reflexões para desenvolvimento futuro:
– Visualizações gráficas de dados são muito úteis, mas qual seria o público alvo desse dashboard?
Link da apresentação de slides/video: não há
PARTICIPAOSC
Na apresentação começaram com o questionamento motivador: onde as OSCs podem mostrar suas necessidades (não necessariamente financeiras)? Como podemos contribuir/ajudar OSCs especificamente em suas necessidades? Haverá uma camada de gamificação para que quem contribuir com alguma entidade ganhe recomnhecimento com isso. Como dificuldade me chamou atenção a tentativa sem sucesso do grupo de usar a base de dados da Petrobrás pois a mesma apresentava problemas.
Considerações Técnicas:
-> bases de dados usadas até agora: PNUD e SICONV
-> tecnologias usadas: Jeo e WordPress
-> acessibilidade: foi pensado mas não implementado uma tela inicial com lista
#ponto forte / original:
– design responsivo (bom para mobile também)
#dicas e #reflexões para desenvolvimento futuro:
– Para essa plataforma ter suceeso, é preciso pensar em como envolver as OSCs nessa plataforma – a atratividade da gamificação será suficiente? Ou suficiente para qual público-alvo?
PARTICIPA EM REDE ou FORMIGUEIRO
Trata-se de uma rede social via web, cosntruída a partir da base do Participa.br.
Na apresentação enfatizaram o indivíduo como o a célula fundamental das OSCs (estão no governo também…) e a tecnologia como a ferramenta para facilitar a atuação em rede dos aglutinamentos e agregações, potencializando a conexão entre indivíduos. Por isso, e por estarem pautados na transformação social é que escolheram trabalhar sobre a platafoma do Participa.br. REssaltaram que seá enviado convite às OSCs para se cadastarem e lá, podem encontrar-se (busca por ID) e se conectarem entre si (pelos perfis).
Considerações Técnicas:
-> bases de dados usadas até agora: SICONV, DEJUS
-> está sobre a plataforma do Participa.br
-> há possibilidade de interação com outras interfaces
-> seguem padrões do W3C e governo federal
-> ID localizadores: nome, cidade, CNPJ ou área de atuação
#ponto forte / original:
– utilizam tecnologia Noosfero (livre e integrável ao Participa.br, podendo aproveitar seu ecossitema)
#dicas e #reflexões para desenvolvimento futuro:
– O quanto vale a pena criar redes sociais em paralelo? O quanto é independente e o quanto ganha em estar ligado ao Participa.br?
– Como dialoga com a comunidade OSC já existente dentro do Participa.br?
http://pt.slideshare.net/luizrauber/participa-emrede
TAKE A PICTURE, SAVE A LIFE
Trata-se de um banco de dados multi-alimentado e georreferenciado de pessoas em situação de vulnerabilidade.
Na apresentação (em inglês) explicaram como seria o fluxo das informações da imagem: primeiro, alguém tira uma foto, georreferenciada, de alguma pessoa em sitação de vulnerabilidade; segundo, essa imagem seguirá para servidores que nem quem mandou nem os gestores do projeto terão acesso – ficará sob guarda do Estado; por fim, essas informações seguirão para as OSC que poderão ajudar essas pessoas especificamente em suas necessidades. Na parte de perguntas ao final, o grupo se apresentou como de natureza multinacional (pessoas de diversas culturas, origens e histórias diferentes) e disseram que de acordo com dados oficiais da ONU, cerca de 9 a 10% das populações na América Latina não existe para seus Estados e que igorar a existência dos excluídos é extremamente delicado pois essa população merece ser erconhecida como cidadãos/ãs.
Considerações Técnicas:
-> usa Google API
-> não parece usar /cruzar nenhum dos bancos de dados apresentados/fornecidos
#dicas e #reflexões para desenvolvimento futuro:
– A primiera reflexão que proponho é em relação à privacidade: as pessoas em situação de vulnerabilidade devem sim existir para o Estado apra usufruirem de seus direitos, mas o direito à privacidade também precisa ser respeitado. Utilizar um banco de dados multialimentado e georreferenciados é a melhor saída para esse problema? Não seria expor com pouca (ou nenhuma) cautela/cuidado quem já se encontra em situação vulnerável?
– Foi ainda citado pelo grupo que a polícia demonstraria muito interesse por essa ferramenta, e eu concordo com a identificação desse potencial interessado. Entretanto, vale o empenho de nossos esforços uma ferramenta que pode ser usada para vigilância ideológica e até mesmo criminalização de pessoas de movimentos sociais por parte do Estado?
Por fim, todos que mexeram com bases de dados encontraram inconsistências e problemas nos bancos, dificuldade de interfaces entre bancos, etc. Isso é extremamente importante documentar e relatar, pois esse feed-back para o poder púbico pode melhorar muito a qualidade dos dados ofertados daqui para frente. E indo além, se criticamos tanto a falta de organização do governo, é preciso que quando façamos nosso próprios projetos, sejamos também organizados: ter um road map, documentar bem o código, listar issues/features, dizer explicitamente no código qual é a licença e colocá-lo num repositório público. Sem isso tudo, a gente dá aquele gás no projeto durante a maratona, quer que todo mundo ajude depois, mas aí fica inexequível.
Força e boa sorte a todxs!!