Archive for the 'Educação' Category

Perdas de alunos da USP…

Mais um estudante da USP é encontrado morto, é o segundo em menos de 1 mês. No início de novembro foi um estudante da Poli, de 24 anos, que foi encontrado num córrego após uma festa tradicional (Corso) de São Carlos. Esta semana, foi um estudante de filosofia, de 42 anos, encontrado na Praça do Relógio (e não em frente à FEA como noticiado por algumas mídias).

O que eles têm em comum? Sinceramente, não sei e acho que pouco – mas certamente eram duas vidas que não precisavam ser perdidas tão cedo. Entretanto, tocam questões delicadas da nossa Universidade e sociedade: festas, excessos e socorro.

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Curso “Patologia de Estruturas de Concreto: MITOS & VERDADES” por Paulo Helene

Tratou-se de um curso de 8h promovido pelo Ibracon e pela Cauê, pago, que ocorreu em 24/set/2010 na Escola Politécnica, ministrado pelo Professor Paulo Helene (PH).O objetivo era desmistificar alguns problemas estruturais, alguns “vícios de conceitos” e apontar caminhos no sentido de evitar as manifestações patológicas e de corrigi-las.

Foi dividido em 4 momentos, assim, seguirei eu também essa subdivisão:

1. Como “controlar” vida útil: agressividade do meio; concretos resistentes, projeto, construção, corrosão das armadura

2. Como diagnosticar, evitar e conviver com fissuras: RAA, retração, cura, cargas, selantes

3. Procedimentos de reparos estruturais, reforços e proteção: argamassas, grautes, mantas e lâminas de carbono

4. Estudo de casos: efeito térmico, concreto auto-adensável

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DESAFIOS DO CONCRETO – palestra Paulo Helene

No último sábado fui a uma palestra gratuita do IDD proferida pelo Prof. Paulo Helene (PH). Durou cerca de 2h e desviou-se um pouco das minhas expectativas pois e imaginava ouvir algo como: “quais são os novos desafios do concreto” ou “na atualidade o que ainda não foi resolvido é…”. Não foi esse o caminho adotado pelo palestrante, mas sim de fazer uma abordagem tipo estudo de caso, tendo como tema “projeto de estanqueidade de uma cobertura“.

Abaixo compartilho com vocês minhas anotações 😉

Exemplo/estudo de caso: Edifício Vilanova Artigas [Edifício da FAU-USP]

Contextualização

PH apresenta foto e situa a construção na história da arquitetura: o edifício da FAU-USP, assim como o da Civil e o MASP fizeram parte do movimento brutalista. Diz também que a engenharia não correspondeu aos desafios propostos pela arquitetura no que tange à durabilidade das estruturas.

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CAPES e CNPQ autorizam recebimento além da bolsa de pós

Na última sexta-feira, foi publicada a Portaria Conjunta nº 1, redigida pela CAPES e pelo CNPq, que autoriza o recebimento de complementação financeira proveniente de outras fontes, que não a bolsa de pós-graduação concomitante ao recebimento desta.
Não é algo completamente aberto e tem as seguintes recomendações / limitações:
– é vedado o recebimento simultâneo de bolsas provenientes de agências públicas de fomento;
– as atividades a que se dediquem os bolsistas, para além da pesquisa, devem se relacionar com sua área de atuação / interesse e contribuir para sua formação acadêmica, científica e tecnológica;
– é visto com bons olhos que essa atividade remuerada concomitante seja a docência (em qualquer grau de ensino);
– para poder receber a complementação financeira, o bolsista deve obter autorização de seu seu orientador, devidamente informada à coordenação do curso ou programa de pós-graduação.
Se por um lado é bom que o(a) pesquisador(a) não fique alheio(a) do mundo ao realizar seu trabalho de pós-graduação, ao mesmo tempo, priorizar a atividade de docência não é exatamente possibilitar aos(às) pesquisadores(as) inserirem-se no mundo do trabalho para além das universidades. Assim, essa portaria vem apenas reconhecer o que já vem ocorrendo, na surdina, com os(as) estudantes de pós-graduação: recebem bolsas insuficientes para manter padrões mínimos de vida e conforto e, assim, procuram outras atividades remuneradas – até então, não registradas ou assumidas, seja pelo contratado, seja pelo contratante. Desta forma, assume-se que não dá para viver sendo pesquisador no Brasil – quem queria ser pesquisador, ou tem uma vida estoica, ou que se desdobre em outras atividades para pagar as contas do lar.
Por outro lado, menos mal que se incentive a atividade de docência (em qualquer grau) – tão necessaria ao desenvolvimento de uma nação. Assim, ao invés de incrementar o salário dos docentes, coloca-se a opção de que sejam também pesquisadores, aumentando sua jornada para que aumentem sua renda. E vice-versa: ao invés de incrementar as bolsas de pós-graduação, abre-se a possibilidade de que trabalhem mais, assim têm o direito de ganhar o necessário.
Não lhes fica a dúvida: por que não se investe, de fato, em educação, ciência e tecnologia?

Georg Cantor (1845 – 1918)

Até Georg Cantor, os matemáticos nunca haviam conduzido um ataque efetivo à natureza do infinito. De fato, eles não haviam realmente tentado – um matemático tão grande quanto Carl Friedrich Gauss declarara, certa vez, que o infinito, na Matemática, nunca poderia descrever uma quantidade inteira e era apenas uma força de expressão. Gauss quis dizer que o infinito poderia ser abordado por intermédio de números cada vez maiores, mas que não deveria ser visto como uma entidade matemática viável, por si só. Talvez o interesse de Cantor pelo infinito pudesse ter sido previsto, levando em consideração sua criação incomum – ele nasceu judeu, converteu-se ao protestantismo e casou-se com uma católica apostólica romana. Além disso, existia uma quantidade substancial de talento artístico na família, já que vários de seus parentes tocaram em orquestras de renome, e o próprio Cantor deixou alguns desenhos que eram prova suficiente de que também tinha talento artístico. Cantor fez sua graduação em Matemática com o famoso analista Karl Theodor Wilhelm Weierstrass, e os trabalhos iniciais de Cantor seguiram os caminhos assinalados por seu orientador de tese – um traço entre matemáticos. Entretanto, o interesse de Cantor pela natureza do infinito o convenceu a estudar intensamente esse tópico. Seu trabalho gerou considerável interesse na comunidade – assim como considerável controvérsia. O trabalho de Cantor vinha em oposição direta a Gauss, lidando com infinitos como quantidades perfeitas, de maneira análoga às quantidades finitas.
Dentre os matemáticos que tiveram muita dificuldade em aceitar esse ponto de vista estava Leonard Kronecker, um matemático alemão talentoso, mas autocrático. Kronocker exerceu influência a partir de sua posição na prestigiosa Universidade de Berlim, enquanto Cantor foi relegado às ligas menores na University of Halle. Kronocker era um matemático da velha guarda, que tomou literalmente as palavras de Gauss no assunto do infinito e fez o melhor que pôde ara denegrir os trabalhos de Cantor. Isso deu combustível ao início de várias crises de depressão e paranóia em Cantor, que passou boa parte do final de sua vida em instituições para doentes mentais. Além disso, não ajudou o fato de Cantor ter declarado que sua Matemática era uma mensagem de Deus e que seus outros interesses incluíam tentar convencer o mundo que Francis Bacon escrevera as obras de Shakespeare.
Mesmo assim, nos intervalos entre períodos de confinamento, Cantor produziu obras de um brilhantismo assombroso, resultados que mudaram os rumos da Matemática. Infelizmente, ele morreu no hospício em que passara boa parte da sua vida adulta. Assim como a grandiosidade de Mozart e Van Gogh se tornou evidente a nosso olhos depois da morte de ambos, o mesmo se deu com o trabalho de Cantor. Hilbert descreveu a aritmética transfinita, uma das contribuições de Cantor, como “o mais impressionante produto do pensamento matemático, uma das mais belas realizações da atividade humana no domínio do puramente inteligível”. É possível apenas especular sobre o que teria sido diferente se Hilbert, em vez de Kronecker, fosse o ocupante da cadeira na Universidade de Berlim.

Fonte:
STEIN, Jim. Como a matemática explica o mundo: o poder dos números no cotidiano. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008, p. 19-20.

Para saber mais:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Georg_Cantor
http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/seminario/cantor/vidacantor.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/David_Hilbert
http://pt.wikipedia.org/wiki/Leopold_Kronecker

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