Que seja loucura a mais simples canção
Que o medo não tenha força,
e que a cegueira não nos atinja.
Que a mudez não nos diga,
o que não pode ser ouvido.
Que o grito seja de liberdade,
e o silêncio uma opção.
Que a tristeza ao longe,
seja apenas música.
E que o amor distante,
apenas saudade presente.
Porque sem partidas,
não há chegadas.
Que o discurso transcenda os singnos,
e que os significados não se percam pela repetição.
Que o respeito seja o tom,
os sentimentos, a melodia
e o silêncio, a simplicidade.
Que não nos calem,
nem nos façam ouvir.
Que não nos prendam,
ou nos obriguem a ir.
Que não seja necessário clamar por calma,
ou empunhar a paz pelas ruas.
Que a tensão não corroa nosso tecidos,
pela recompensa que está no paraíso.
Que se pense como vulcões,
e também como rios.
Que o medo não promova a solidão,
e que o convívio floresça em meio ao isolamento.
Que o reflexo não aterrorize,
mas lembre doce-de-leite.
Que a origem-mãe seja a certeza,
e que do futuro não se saiba.
Que incerto premente seja a possibilidade,
de se cantar “alegria, alegria” pelas ruas.
Que a banda anime o cansaço,
e que o silêncio seja abrigo.
Que achemos respostas,
mesmo sem querer.
Pois metade delas estão em mim,
e a outra metade, em ti.
(*) poesia escrita em 11/ja/2009, inspirada na música Metade de Oswaldo Montenegro 😉