Archive for the 'Cultura' Category

Biblioteca Mário de Andrade reinaugurada

Em comemoração à reinauguração da Biblioteca Mario de Andrade haverá uma programação especial com visitas guiadas, lançamento de livros e shows. Em especial amanhã,  12 de fevereiro, haverá uma visita guiada para explicar todos os detalhes da requalificação pela qual o edifício da recém-reinaugurada Biblioteca Mário de Andrade passou antes de ser reaberto no centro de São Paulo, ocupando um prédio com mais de 12 mil m².

Breve cronologia

Foi fundada em 1926, a partir do acervo da Câmara Municipal de São Paulo, a BMA – Biblioteca Mário de Andrade e localizava-se na Rua 7 de Abril. Em 1942 foi transferida para o atual edifício, na Rua da Consolação, 94, projetado pelo arquiteto francês Jacques Pilon. Em 1960, a Biblioteca Municipal recebeu o nome do escritor Mário de Andrade. Em 2007, teve início o plano integrado de restauro e modernização da BMA, idealizado pelos arquitetos Renata Semin e José Armênio de Brito Cruz, do Piratininga Arquitetos Associados. Em 2010, a 1ª parte do projeto, que compreendia a Biblioteca Circulante, foi reaberta. Agora, em 25/jan/2011, a obra foi aberta em sua totalidade. Em julho parece que acabará a totalidade das obras com a entrega de um edifício anexo, onde ficará armazenado todo o acervo da biblioteca. Read more »

25 de janeiro no Museu da Casa Brasileira

Canto Gregoriano com Monges do Mosteiro de São Bento - Foto: Diego Rabatone Oliveira

Canto Gregoriano com Monges do Mosteiro de São Bento - Foto: Diego Rabatone Oliveira (DiRaOL)

Ontem foi aniversário de São Paulo e escolhi passá-lo no Museu da Casa Brasileira que contou com o Canto Gregoriano dos Monges do Mosteiro de São Bento e foi seguida de uma visita orientada às exposições “Coleção MCB” e “Patrimônio da metrópole paulistana”.

Vista do céu a partir do Jardim do Museu da Casa Brasileira - Foto: Diego Rabatone Oliveira

Vista do céu a partir do Jardim do Museu da Casa Brasileira - Foto: DiRaOL

Adorei o local pelo qual havia passado rapidamente em 2005 por força de um trabalho da disciplina da FAU AUP0608 (no primeiro período do Programa de Dupla Formação Eng. Civil – Arquitetura) que consistia em projetar um anexo para o museu. À época, por questão didática, foi-nos dito para desconsiderar as árvores presentes no jardim dos fundos do terreno como é possível ver na imagem ao lado – um pecado total já que conta com mais de 6.000 m² e cerca de 200 espécies de árvores brasileiras! Read more »

Que seja loucura a mais simples canção

Que o medo não tenha força,

e que a cegueira não nos atinja.

Que a mudez não nos diga,

o que não pode ser ouvido.

Que o grito seja de liberdade,

e o silêncio uma opção.

Que a tristeza ao longe,

seja apenas música.

E que o amor distante,

apenas saudade presente.

Porque sem partidas,

não há chegadas.

Que o discurso transcenda os singnos,

e que os significados não se percam pela repetição.

Que o respeito seja o tom,

os sentimentos, a melodia

e o silêncio, a simplicidade.

Que não nos calem,

nem nos façam ouvir.

Que não nos prendam,

ou nos obriguem a ir.

Que não seja necessário clamar por calma,

ou empunhar a paz pelas ruas.

Que a tensão não corroa nosso tecidos,

pela recompensa que está no paraíso.

Que se pense como vulcões,

e também como rios.

Que o medo não promova a solidão,

e que o convívio floresça em meio ao isolamento.

Que o reflexo não aterrorize,

mas lembre doce-de-leite.

Que a origem-mãe seja a certeza,

e que do futuro não se saiba.

Que incerto premente seja a possibilidade,

de se cantar “alegria, alegria” pelas ruas.

Que a banda anime o cansaço,

e que o silêncio seja abrigo.

Que achemos respostas,

mesmo sem querer.

Pois metade delas estão em mim,

e a outra metade, em ti.

(*) poesia escrita em 11/ja/2009, inspirada na música Metade de Oswaldo Montenegro 😉

“O que é mais importante: explicar a realidade ou convencer?”

Recomendação especial para o dia de hoje: assistam ao filme Cronicamente Inviável de Sérgio Bianchi.

Na mesa de jantar da segunda cena temos a rica hipócrita Maria Alice; Carlos, o rico consciente e concordante com seu papel dominador; Luis, o rico escroto dono do restaurante(ambientação de várias cenas) e a gerente do mesmo restaurante que ascendeu socialmente e reproduz (tal qual o capataz) o papel do opressor.

BA, por Alfredo: Perfeita forma de dominação autoritária: a felicidade! Ainda se insiste em criticar a Bahia, nada mais é que a inveja da genialidade do projeto – enquanto o resto do mundo se esforça para dominar as massas pelo capitalismo, socialismo, guerra, revolução ou consumo… Mas e quem não quer ser feliz? É obrigado a aderir a essa “ficção barata da felicidade moribunda, podre, mijada; essa imagem aprimorada da brasilidade enlatada que é boa para todo mundo”?

Segue-se um programa que parece estar discutindo a identidade nacional a partir da obra Brasil Ilegal* do antropólogo Alfredo Bur. Tal debate conta com três outros esteriótipos: 1) a branca sulista à direita, 2) o indígena à esquerda e 3) o antropólogo conciliador ao centro.

*Detalhe pitoresco, que pode ser devaneio meu, é o título da obra de Alfredo (Brasil Ilegal) ser um trocadilho com o programa Brasil Legal, da Regina Casé em que ela viajava o Brasil, tal qual Alfredo o faz – cada qual de modo e acidez bem diferente.

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Do lado de cá & do lado de lá

Por Danilo Verpa / Folhapress

por Andrew Macconell

Passe um olhar por cima das duas imagens, rapidamente, até parecem do mesmo local – ou serem possíves de ser no mesmo local…

A primeira tem locação no Brasil, São Paulo, bairro da Luz – local que receberá a mais direta importação de um projeto de “revitalização” – entre escombros da obra perambulam usuários de drogas e traficantes.

A segunda,foi tirada num campo de refugiados no norte de Kivu, na República Democrática do Congo, onde vivem 4000 pessoas que foram obrigadas a abandonar suas casas por conta da guerra.

Na primeira, a guerra é interna, íntima para o usuário e intimidadora para o Estado.

Na segunda, a guerra expõe a crise do Estado.

Nós, brasileiros, fingimos não ver nossos campos de refugiados e nossas guerras cotidianas.

Nem eleições mudam isso…

Mulheres-feira: diferenças e opressões

Hoje, quase passou desapercebido por mim a matéria cujo título era: Mulher Alface prega vegetarianismo e é presa na Jordânia.

Enquanto lia “mulher alface” foi praticamente inconsciente o ato de pular e seguir para a próxima matéria do jornal da manhã. Mas depois, um pouco de trâsito paulistano foi o responsável por eu pegar o jornal novamente e ler aquelas pequenas matérias que haviam ficado para trás, mais desimportantes… e aí li o título inteiro e a nota completa.

Achei muito interessante o protesto e me chamou a atenção a frase “A polícia afirmou que as mulheres não têm autorização para realizar manifestações.” e a carga machista que ela contém.

E por que diabos eu pulara o tal texto? Por quê? Isso me incomodava…

Pensei nisso ao longo do dia e acabei achando a resposta: eu achara que era mais um modelo de mulher-fruta lançado recentemente pela mídia, em algum programa de auditório ou algum baile funk, tal qual mulher melancia, mulher samambaia, ou algum outro artigo encontrado em feiras livres.

E não é que algo realmente as ligam? A opressão de gênero.

Para a alface, uma repressão por ela protestar, repressão por ela ser mulher e querer expressar-se, repressão ao seu direito de livre expressão.

Para a melancia e a samambaia, repressão por elas tornarem-se produto de consumo, repressão por elas não poderem se expressar de outra maneira, com reconhecimento, que não tirando a roupa e excitando os homens que perdem seus olhos pelas bancas com seus pintinhos moles.

A alface reivindica consciência de consumo, a melancia e a alface propiciam consumo da consciência.

A todas é tolhido o direito de livre expressão. À do oriente não é permitido manifestar ou tirar a roupa; às do ocidente só é permitido tirar a roupa – ou alguém sabe o que as brasileiras pensam sobre alguma coisa?

Festival do Japão 2010

Poucas horas no Festival do Japão foram suficientes para me deixar ainda mais admiradora e curiosa sobre esse país e sua

pintura em guache preto, técnica sumi-ê

Pintura em guache preto

respectiva cultura. A forma com que transformam planos de seda em animais tridimensionais, a delicadeza dos detalhes de brincos, quimonos e artes visuais me encantaram. Mas houve coisas não tão agradáveis como as filas e a música contemporânea. O saldo foi positivíssimo: um livro de origami (que venho namorando há tempos), um outro sobre a”moderna cozinha japonesa”, flores, marcador de páginas e cartão de kirigami que eu própria fiz…

Vou comentar um pouco sobre as primeiras páginas do “Moderna cozinha Japonesa: comida, poder e identidade nacional”, de Katarzyna J. Cwiertka, que de receitas não tem muito…

Passo a entender que a ocozinha japonesa que conhecemos tem pouco de suas origens e é, cada vez mais, produto de uma certa ocidentalização da culinária nipônica. Vale falar da trajetória do sushi, carro-chefe da culinária japonesa no mundo.

O sushi era ancestralmente uma forma de consevar o peixe: pedaços de carpas eram prensadas entre placas de arroz cozido (narezushi) que, inicialmente, eram descartadas e só pelo século XVI passaram a ser comidas também, afim de evitar desperdício. Read more »

O garoto que domou o vento

Há os diversos livros técnicos que quero e outros que sou obrigada a ler, aí, recebi uma mensagem falando de um livro da história de vida de um menino africano, que supera todas as diferenças devido à sua inteligência. A seguir, um pouco mais da descrição do livro antes de outras reflexões.

Ele é de Malawi, país com cerca de 14 milhões de habitantes, baixo IDH (0,493 – 2007), expectativa de vida que não ultrapassa os 50 anos, taxa de alfabatização girando perto dos 60%, renda per capita de US$785 e, segundo o relatório de 2005 do FMI, o mais pobre do mundo. Sua aldeia não contava/conta com certa infra-estrutura básica como: saneamento e acesso à eletricidade – situação comum na África.

A família do menino William Kamkwamba tirou da escola em 2002, quando ele tinha 14 anospor não mais poder pagar a anuidade de US$80 – o que não é desprezível num país cujas famílias têm muitos finhos e poucas condições. Também nesse ano, o país foi assolado por uma das piores secas de sua história, acarretando muitas mortes e a fome. Mas mesmo fora da escola ele continuou frequentando a pequena biblioteca do vilarejo. Um desses acasos, divinos ou não, fez cair-lhe nas mãos um livro com uma foto de um moinho de vento e pensou “que o moinho podia produzir eletricidade e bombear água” e que “poderia ser uma defesa contra a fome.” então “Talvez devesse construir um”, disse Kamkwamba à BBC News.

Quando William não estava trabalhando no campo, ou seja, à noite, trabalhava em seu moinho. Levou alguns choeques, foi alvo de chacota da comunidade, contou com a descrença da família e teve que catarum bocado de peças de ferro-velho (bicicletas, hélice de ventilador de trator, pedaços de canos de plástico, etc.). Não demorou muito para que o moinho de 5m de altura de 12W funcionasse e colocasse em fila os vizinhos céticos, ansiosos por carregar seus celulares.

O moinho, além de carregar ceulares, bombeava água e trazia àquela família algo que somente que somente 2% da população do país desfruta: eletricidade – chave do desenvolvimento quem qualquer lugar do planeta. Depois o moinho sofreu modificações e melhoramentos: foi instalada uma bomba mecânica movia a energia solar, foram associados tanques de aramazenamento, foi adapatado para 48Volts e a base de madeira foi substituída por concreto. A nova máquina, também chamada Máquina Verde, era fonte de outro bem essencial ao desenvolvimento humano: água potável.

Máquina Verde e Kamkwamba tornaram-se atração turística e alvo de jornalistas e fotógrafos que quisessem contar a história, encontrada hoje no livro “O Garoto que Domou o Vento”, que já está na lista de Best Sellers do New York Times, cujo autor, Bryan Mealer é um jornalista especializado na África.

Hoje, com 22 anos, William Kamkwamba desfruta de bolsa de estudos em Johanesburgo, África do Sul, tornou-se símbolo para ambientalistas como Al Gore e, sobretudo, se diz determinado a voltar para Malawi e levar energia não apenas a seu vilarejo, mas ao seu país. Esboça-se um dos próximos presidentes de Malawi?

Sem dúvida inspiradora a história de William, mas não cabem certos questionamentos? Como por exemplo, por que Al Gore e outros empresáriode todo o mundo levam um jovem de 22 anos para palestrar sober seu self-made-success? Não tirando o mérito do rapaz, não é cabido tomá-lo como modelo, quiçá de desenvolvimento como vem sendo posto em muitos comentários, blogs, palestras. Trata-se de um caso de sucesso, em meio a quantos de fome, desnutrição, desidratação e AIDS, entre outros? Sem dúvida é lindo e fundamental giving some hope to people, mas dar senso crítico, de realidade não o é – pelo contrário, poderia ser trágico caso todos os famintos se dessem conta de sua condição de explorados. Então, melhor que os pobres pensem que são assim porque são preguiçosos, não querem trabalhar, porque são indígenas, porque são latinos, porque são africanos, porque Deus quis, porque não nasceram dotados divinamente de inteligência como William… mas, é melhor para quem, cara pálida?!

Fontes: http://www.gabeira.com.br/noticias/mundo/1230-o-menino-que-domou-o-vento, http://www.gizmodo.com.br/conteudo/o-garoto-que-domou-o-vento-persistencia-gambiarra-e-genialidade-contra-todas-chances, http://www.bbc.co.uk/portuguese/cultura/2009/10/091001_meninoprodigio_malaui_mv.shtml, http://www.bryanmealer.com/, http://www.contraditorium.com/2009/10/15/o-garoto-que-domou-o-vento/, http://pt.wikipedia.org/wiki/Malawi

Conta do menino domador de ventos no twitter: http://twitter.com/wkamkwamba

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